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Competências comunicativas

Texto adaptado da dissertação de Mestrado “A Centralidade da Comunicação na Socialização de Jovens”, de Rodrigo Ratier.

“Quais são as características de um sujeito antes da educação para os meios?”, pergunta o pesquisador venezuelano José Martinez de Toda, para emendar uma resposta: “Quiçá pós-moderno, fragmentado, consumista, pragmático. Como é o sujeito depois da educação para os meios? A mais importante literatura mundial sobre a educação para os meios e as conversas com muitos professores e práticos indicam que esse sujeito estaria caracterizado por seis dimensões: conhecedor, maduro, crítico (dimensões da recepção), ativo, social, criativo (dimensões da produção)”.

No artigo Avaliação de Metodologias na Educação para os Meios, publicado na reviista Comunicação e Educação (nº 21, 2001) e em sua tese de doutorado de 2002, o autor define cada uma das seis dimensões – ou competências, como prefiro chamar – com sutis variações. É possível sumarizá-las da seguinte forma:

– Conhecedor: tem grande conhecimento sobre comunicação interpessoal e intrapessoal, sobre a linguagem audiovisual e seu significado. Entende completa e rapidamente o que o emissor quer comunicar.

– Maduro: sabe como funciona a indústria da mídia, como se dá o processo de produção, quais são seus interesses econômicos e políticos. Entende por que a mídia apresenta conteúdos antissociais (violência, sexo excessivo, preconceito), relacionando-se de forma equilibrada com esses conteúdos.

Crítico: identifica a ideologia oculta na mensagem midiática e a confronta profundamente com sua identidade.

– Ativo: tem postura ativa em relação às mensagens midiáticas, tomando atitudes concretas sempre que o conteúdo se choca com sua própria identidade.

Social: faz parte de comunidades interpretativas (grupos com competência para interpretar e atribuir sentido às mensagens comunicacionais e midiáticas) e é consciente das mútuas influências na socialização (compreende como pode influir em outros e como outros podem influir nele próprio. Por exemplo, por meio das interações familiares, na escola ou no trabalho).

– Criativo: sabe utilizar os meios para a (re)criação simbólica e para expressar sua astúcia cultural partilhada.

A separação é apenas didática: todas as competências pertencem à mesma pessoa. “Pela novidade da proposta, tudo é ainda experimental”, ressalva o autor, acrescentando que todo o material por ele desenvolvido “é para ser discutido e adaptado”.

Clique aqui [1] para conhecer o questionário de competências comunicativas, o gabarito e a descrição detalhada de cada uma das subcompetências. Role até o final a nova página que se abrirá para fazer download dos arquivos.